Outras Atividades



Organização e comentários de
Raimundo Nonato de Miranda Chaves

São tres artigos:
  1. Comissão Mineira de Folclore: breve histórico - Antônio de Paiva Moura - Revista da CMFl No.25 página 16. Observação o artigo foi escrito em 1990 e publicado no suplemento do Minas Gerais.
  2. Cinquentenário da Comissão Mineira de Folclore - Saul Martins - Revista da CMFl No.25, 1998, página 12
  3. História da CMFl - Saul Martins - Revista da CMFl No.23, 2002, página 70
Eu os li e senti orgulho ao conhecer os feitos da Comissão Mineira de Folclore. Impressionou-me a amplitude, a relevância, a diversidade de temas nos quais a CMFL se envolveu e solucionou ou participou da solução.
Juscelino Kubitscheck, então governador do Estado, assinou convênio com o IBECC, envolvendo diretamente as ações da CMFl. mas, que diabos é IBECC? consultei mestre Paiva Moura e ele escreveu: A Comissão Mineira de Folclore surgiu em um momento de transformações históricas profundas. O fim da Segunda Guerra Mundial significou a constatação de uma nova relação de poder entre as superpotências com substituição dos influenciadores sobre as nações subalternas. Os países periféricos, também chamados Terceiro Mundo, foram persuadidos no sentido de substituir as culturas tradicionais pela modernização.Verifica-se uma deturpação das culturas nacionais e regionais. Foi a partir dessa realidade que a UNESCO (United. Nations Educational Scientifie and Cultural Organization) procurou criar organismos que atuassem na área de estudos
científicos do folclore.
No Brasil foi criado o IBECC (Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura), filiado à UNESCO, ligado ao Ministério das Relações Exteriores Dentro de suas finalidades o IBECC criou a Comissão Nacional de Folclore, como coordenadora das Comissões Estaduais de Folclore.

A Comissão Nacional de Folclore foi criada em 1947. E, em 19 de fevereiro de 1948, um grupo de 28 intelectuais mineiros, Aires da Mata Machado Filho e Saul Martins entre eles, criou a Comissão Minerera de Folclore, CMFl, então a primeira comissão estadual.
As questões pertinentes ao folclore regional de Minas Gerais e o tratamento científico da disciplina estiveram presentes em congressos e certames realizados em todo o País. A Comissão Mineira de Folclore é um instituto aglutinador de estudiosos de Ciências Sociais que escolheram como material os fenômenos folclóricos. texto de Paiva Moura.
Desde então, a CMFl não parou mais:
  • Ministrou cursos, desde curso introdutório ao folclore até curso de pós-graduação, Especialização em Folclore e Cultura Popular - o primeiro no Brasil -, em parceria com o Centro Universitário Newton Paiva, sob a coordenação do Professor José Moreira de Souza. Ministrou, também, Curso de Fundamentos Antropológicos de Museologia - preparando pessoal para o Museu "Saul Martins".
  • Participou de eventos de cultura, deu cursos rápidos e palestras na capital e em cidades do interior, Saul Martins cita: Juiz de Fora, Pirapora, Montes Claros, Ouro Preto, Pedro Leopoldo, Sete Lagoas, Vespasiano, Pouso Alegre, Curvelo, Guaxupé, Teófilo Otoni, Barroso, Uberlância, Passos, Monlevade, Ferros, Campo Belo, Serro, Patos de Minas, Igarapé, Viçosa, Januária, Diamantina, Governador Valadares, Ponte Nva...
  • Participou efetivamente da Revitalização Cultural da Coordenadoria de Cultura - órgão que se transformou, posteriormente, na Secretaria de Estado da Cultura.
  • Participou efetivamente da elaboração de Suplementos Pedagógicos junto com a Secretaria de Estado da Educação.
  • Participou da criação do Museu de Folclore, hoje Museu de Folclore "Saul Martins".
  • Deu inicio á formação da Bibliotéca "Angèlica Rezende".
  • Coordenou, em 1976, a Festa Nacional do Folclore.
  • Participou de Simpósios de comunicação sobre Pesquisa em Folclore.
  • Organizou o Centro de Informações Folclóricas. Dito Centro acumulou e processou dados informativos em 22 mil fichas. Atendeu a 2.090 consulentes, sob a coordenação de Paiva Moura.
  • participou de todos os Congressos Brasileiros de Folclore, organizou as Semanas Mineiras de Folclore, organizou Exposições de artesanato, de arte popular, de brinquedos da lúdica infantil e adulta.
  • Editou as publicações: Revista Mineira de Folclore - antigo Boletim; o boletim da CMFL.hoje Carranca; O corpo associado escreveu livros, monografias, muitos deles resultaram de pesquisa de campo, alguns resultantes de Dissertação de Mestrado e outros de Tese de Doutorado.
Seguem os links para os artigos em questão:
Cinquentenário da Comissão;
Breve histórico;
Histórico da CMFl
Com a leitura dos artigos, considero que as atividades da CMFl, no período 1948 a 2002, estejam esclarecidas.
Informações de atividades do periodo seguinte, próximos dez anos, ainda serão recuperadas e apresentadas aqui, nesta página. Publicou-se o No. 24 da Revista e 8 edições do Carranca, nos anos 2004 a 2007.
O perído que se inicia em 5 de março de 1912, com a posse da diretoria, liderada pelo professor José Moreira de Souza está melhor documentado. Grande parte da informação, nesse período, está disponível neste website, veja páginas: Semana de Folclore, Carranca, Revista, Aniversário, Acevo Bibliográfico, Museu ...E, mais, em 11 de outubro de 2014 distribuiu-se o programa/convite para solenidade no Centro Cultural Salgado Filho, situado à Rua Nova Ponte, 22 - Bairro Salgado Filho, para apresentação da Diretoria e da nova sede da Comissão Mineira de Folclore.
A solenidade foi abrilhantada pela Camerata de Violões da Escola de Música de São Gonçalo, sob a regência do músico Aulus Rodrigues. veja o clipe .
O presidente José Moreira de Souza discorreu, usando audio visual sobre o Programa Saber Viver em Minas Gerais , em seguida, recolheu assinatura do Livro de Ouro de fundação do Centro de Celebração de Minas. Em seguida, visita à nova sede da CMFl.
No mes de dezembro de 2014, a CMFl participou efetivamente da celebração do tricentenário do Convento de Macaúbas, conforme programa , inclusive distribuindo número especial da Revista da Comissão Mineira de Folclore, No. 27, totalmente dedicada ao importante acontecimento.

Nas comemorações dos 67 anos de criação da CMFl, presidente Moreira comentou: dois terços foram cumpridos, falta apenas mais um terço para completar o século. Considero tempo de vida razoavel e, em vista do histórico, faz-se necessário pequena reflexão.

A CMFl tem sangue nobre. Um organismo transnacional - a Unesco -, um organismo Federal - Ministério das Relações Exteriores -, se juntaram e geraram o IBECC. Órgão que criou a Comissão Nacional de Folclore, coordenadora das Comissões Estatuais.
Isto é nobresa!
Tem mais, o primeiro Congresso Brsileiro de Folclore, realizado em 1951, foi honrado com a presença do Presidente Getulio Vargas. O segundo, realizado em São Paulo, em 1954, fez parte das comemorações do famoso Quarto Centenário.
Isto é sangue azul!
Mas, os altos e baixos que viveu a CMFL, neste periodo de 67 anos, faz-me
lembrar do "Menino Jesus" de Chico Buarque: filho de marujo abandonado no porto. protegido, unicamente, pelos acalantos da mãe, sentada na pedra do porto, meio que enloquecida.
A cultura popular é a identidade de uma comunidade. Esta identidade poderia ser deturpada por culturas alienigenas facilmente introduzidas de potências dominantes. Convinha, decidiu a Unesco, que se interpusesse uma especie de anteparo que, de certo modo, protegeria a cultura popular, considerada o elo mais frágil. O anteparo, ao que tudo indica, é constituido pelas Comissões Estaduais de Folclore. Este é o modelo que usarei para minhas reflexões.
Saul Martins - nome que dispensa apresentação - escreveu:
Assim, equipada, com base física para a sede e espaço cultural para a consecução de suas metas, a Comissão Mineira de Folclore pôde firmar-se e vem crescendo: deu-se início à formação da Biblioteca “Angélica de Rezende”, com seção audiovisual. O crescimento da entidade nesses últimos anos se deve muito ao esforço e competência de Antônio de Paiva Moura, que contou com a eficaz ajuda da Fundação Escola Guinard, mediante o concurso de um corpo de estagiários, que se revezavam em turmas para a classificação e disposição de peças, restauração de algumas destas, atendimento a estudantes e pesquisadores, elaboração de fichas de assuntos e bibliográficas e feitura do Catálogo das Peças do Museu “Saul Martins”, já impresso, com 112 páginas, relativo a 743 peças indexadas. Assinale-se, a propósito, que um dos pontos mais altos do apoio do Governo à Comissão foi a prestação de serviço desse mencionado folclorista, colocando à disposição do Centro e da CMFL,
o qual organizou eficazmente a escrita de ambos os departamentos e promoveu o estímulo à doação de peças, livros, cartazes e material audio visual para as referidas unidades.
Antônio de Paiva Moura - pilar da instituição - acrescentou:
O Centro de Informações Folclóricas acumulou e processou dados informativos em 22 mil fichas. Atendeu a 2.090 consulentes...
A CMFl tinha base física: sede e espaço cultural. A CMFl tinha gente disponível para as tarefas
José Moreira de Souza - outro pilar da instituição - declarou, por ocasião do 65o. aniversário da CMFl:
A Comissão Mineira necessita de uma sede para poder prestar serviços às comunidades em todo o estado. Disponibilizar seu acervo para consultas, ministrar palestras e desenvolver projetos.
Considerando as declarações acima, considerando o modelo apresentado, o que se pergunta é:
Onde estão as entidades com poder politico-administrativo que no passado se preocuparam com os destinos da cultura popular tradicional dos paises da periferia?
Consideram o problema resolvido, ao transferir a responsabilidade para as comissões estaduais de folclore?
O problema não existe mais?
Os folcloristas assumiram esta imensa responsabilidade e dispensaram apoio material e financeiro?

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